Liberdade de Tanaice Neutro – e os abusos do poder de João Lourenço

É abuso demais manter, ainda que sem valor, um cidadão numa prisão arbitrária por mais tempo, extrapolando assim os prazos de sua condenação.

Estes abusos têm sempre fim, ainda que sejam com o fim de quem os promove, comete ou protege. E os culpados, não quase sempre, mas sim, sempre. Sempre são responsabilizados.

Neste quesito, João Lourenço, actual Presidente da República de Angola, assumindo a aprovação da norma sobre ultraje constante do polémico artigo 333° do Código Penal angolano, que visa oprimir o povo e fazer com que a sociedade civil deixe de criticar o Presidente da República, deixe de chamar o Presidente de incompetente e deixe de chamar o Presidente de ditador, é de inteira responsabilidade de Joao Lourenço.

Qualquer um de nós, conhece a paternidade da Constituição da República de Angola (CRA), tal como foi redesenhada, João Lourenço deve assumir o ônus da culpa e vir a ser responsabilizado.

Não há aqui “super homens”, somos todos mortais, e ninguém sairá daqui vivo. É melhor ganhar consciência.

Houve quem se dizia ser “super homem”, no caso, o seu antecessor, o ditador José Eduardo dos Santos, que mentiu aos nossos pais, ter sido arquitecto da paz, já não se encontra entre os vivos. E a sua podridão é visível. Só isto, levaria a qualquer um de nós a ganhar o preço do juízo. Lembrando-se da magna aula de Gandhi: “onde há amor, há vida e onde há amor, há luz”.

Gilson da Silva Moreira, mais conhecido por “Tanaice Neutro”, preso desde 13 de Janeiro de 2021, por supostamente ter cometido os crimes de “instigação pública, ultraje ao Estado, seus símbolos e órgãos, rebelião e resistência contra funcionário, previsto pelos artigos 293°, 833°, do Código Penal”. Foi solto esta sexta-feira, 23, tendo ficado preso 28 meses.

O jovem foi condenado a 15 meses, os 13 meses cumpridos por abuso de poder, a quem esta família deve exigir responsabilização?

Não me restam dúvidas. Os abusos do poder de João Lourenço têm fim…

Que irracionalidade do poder político, que para mim, é o único existente em Angola, este poder é constituído pelo “Judiciário e Parlamentar”.

Sim, é mesmo disto, que escrevo: Injustiças injustificadas, repressão orientada e às ordens superiores, as malditas ordens superiores.

Sobre este assunto, voltamos no próximo capítulo.

Coque Mukuta

Jornalista – 24 de Junho de 2023

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