Má governação e insegurança nacional levanta protestos em Angola

A Unidade Nacional para a Total Revolução de Angola (UNTRA) convocou para o sábado, 22 de Junho, uma manifestação pacífica, em Luanda, contra a alegada má governação e o aumento de preços dos principais produtos da cesta básica.

Segundo os organizadores da pretensa manifestação, o acto visa igualmente reivindicar o “empobrecimento dos angolanos, insegurança nacional” e “liberdade dos presos políticos”.

Os manifestantes pretendem também contestar a intenção de um possível “3º mandato” do Presidente João Lourenço na Presidência da República de Angola.

Em cartazes tornados públicos nas redes sociais, os jovens da Unidade Nacional para a Total Revolução de Angola (UNTRA) anunciam que a manifestação de 22 de Junho (sábado) terá como concentração o “Mercado do São Paulo”, às 10h00, às 13h00, partirem para o “Largo do 1º de Maio”.

As manifestações de rua começaram no tempo do Governo de José Eduardo dos Santos, em que, para além da contestação pública sobre alegada má gestão do erário, os activistas exigiam a renúncia do então Presidente da República, que ficou no poder 38 anos de governação ininterrupta.

A formação do autodenominado “Movimento Revolucionário” terá incentivado a “cultura das manifestações”, que foram marcantes na época, após o surgimento deste movimento a 7 de Março de 2011.

Em Dezembro de 2010, o tunisiano Mohamed Bouazizi se imolou após ser impedido pela polícia de vender frutas e legumes, desencadeando protestos que levaram à queda do governo de Ben Ali e outros no norte da África, como o regime de Hosni Mubarak no Egito.

Neste período, Angola viu o início de uma série de manifestações inspiradas na chamada “Primavera Árabe”. Os cidadãos angolanos foram às ruas exigir a destituição do Presidente Dos Santos e seu governo.

A repressão policial foi severa e muitos activistas conhecidos como “Revus” foram detidos e maltratados nas prisões de Luanda. Em 2015, dezessete activistas foram presos e condenados por supostamente conspirarem para um golpe de Estado, num caso que ficou conhecido como “15+2”, mas foram libertados no ano seguinte na sequência da Lei da Amnistia.

O Decreto